domingo, 27 de fevereiro de 2011

Sentimento miserável

O meu mundo está submerso em saudades

Jurava que suportaria tamanha tempestade

No meio da noite dormir e logo sentir

A ventania gélida e o fim do nosso sonho

O dia raiou em tempestade acordei tácito

A sua voz era uma música sem fim

Que soava em meu pensamento

O tempo foi volátil, perecemos sem querer

Não sei dizer de quem foi á culpa

Silêncio ludibriado por uma música

Adoraria sumir na mesmice do seu mundo

Aos poucos fui me recuando da sua imagem

O seu sorriso era uma bravata para o meu ser

Percebi que os sonhos acabam ou viram pesadelos

A minha cupidez, rosnava perante a sua carcomida face

Medo, paixão, inveja pairavam sobre a crua fantasia

De um próspero ano novo e de uma nova e velha companhia

Prosperidade que viria no olhar e no corpo cálido

Da amiga insensata de fala e gestos boçais.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Em direção a você

O frio no estômago me fez abrir os olhos.
E já não tenho os pés no chão,
Como foi com a menina do vestido azul
Sinto o mundo girar.
As chaves estão em minhas mãos,
Basta conseguir ficar de tamanhos diferentes,
Conforme meus sonhos e vontades,
Minhas mentiras e verdades frente a frente.
O impacto de dois mundos ao cair
E continuar caindo pelo caminho desconhecido
Até estatelar de encontro ao novo.
Sem pensar de novo, abro a porta para sair.
Mas ao entrar me sinto partir e chegar.

Girar vagarosamente e olhar para o estranho.
As luzes em meus olhos,
O ritmo em cada pulsar,
As ondas da vibração me envolvendo.
Flutuo em direção a você.
Estou andando nas nuvens até te tocar.
Depois, então, passo a voar por entre as pessoas.
Os passos da dança são em pleno ar.
As voltas enlaçam e criam um elo
Mais que entrelaços ou paralelos.
Posso ir para os extremos e ainda sinto suas mãos
Rodeando minha cintura.
E por um momento flutuo novamente
Com todas as boas intenções.
Chego perto das luzes que estão entre nossos olhos,
Enfim, seus lábios chegam às minhas verdades.



A Razão


O corpo pede, a alma implora

o coração atende, mas a razão o controla.

O corpo se agita, a alma se irrita

pois o coração atende o que a razão solicita.

O corpo então se entristece e a alma padece

o coração entende, mas a razão desconhece.

O corpo desiste, a alma insiste

o coração conhece o que para a razão nem existe.

Corpo, alma e coração

São todos escravos, vivem subjugados pela tirania da razão.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

PAIXÃO AMIGA


Foco no amor a minha paixão

Fugindo vou da minha razão

E lá vem ela pensando no novo namorado

Mas minha cara amiga, que ama a vida

Quem jogou sal nas tuas feridas?

Sei que existe um alguém

Que a faz feliz e ingênua

Não sei quem, mas hoje para ti

Ele é um ninguém.

Que a tratou com desdém

Mas foi tudo tão rápido

Silencioso, mas perturbador

Oh! Amiga o meu mundo cresceu contigo

E continuo como teu amigo

Secreto no meu pesar

Estou feliz em tê-la por perto

E já não sei se é correto

Amar-te em segredo

Ou declarar sem medo a minha estima por ti.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O que é Felicidade?

Certa vez fui questionado sobre felicidade.
No primeiro momento não soube o que dizer afinal o que é felicidade pra mim talvez não tenha o mesmo significado pra você.
Fiquei ainda mais chocado quando a mesma pessoa que me questionou não se contentou com minha resposta inicial, já que estou sempre sorrindo, solicito a todos, de bem com a vida.
Então resolvi expor a ela o que havia passado naquele dia, para que ela tivesse o mesmo sentimento que eu, assim quem sabe não descobria o que é essa tal Felicidade.
Acordei cedo, bem cedinho, dia de trabalho sabe como é, o cansaço do dia anterior, e as poucas horas de sono estampados no meu rosto que em partes funcionava. Faço tudo dormindo, tomo banho dormindo, escovo os dentes dormindo e quando tenho um tempinho consigo tomar café da manhã, dormindo claro.
Agora me veio à cabeça, como nunca me queimei ou provoquei um desastre em casa, no fogão mais precisamente, ao preparar o café?
Acho melhor parar com esse hábito, não o de dormir, mas o de tomar café da manhã.
Bom, abri a porta de casa, dormindo, e já me deparei com meu cachorrinho feliz da vida ao me ver, e eu bravo porque ele fez xixi bem na porta.
Aquele tempinho que tive para tomar café me fez falta na hora de limpar o xixi. Enquanto eu limpava, ele ficava saltando e mordendo minhas mãos, louco pra brincar e eu sem tempo nem mesmo pra retribuir esse carinho.
Feito o serviço fui embora pro ponto de ônibus, dormindo.
Outra batalha se iniciaria em instantes, sinceramente, cabem mais pessoas numa lata de sardinha do que naquela caixa de fósforos carinhosamente chamada de lotação, mas tudo bem são apenas 45 minutinhos até meu destino inicial.
É bom que assim posso substituir a academia, e caso a carreira acadêmica não vingar, no circo terei chances também, não é exagero dizer que sou um excelente contorcionista.
Depois do primeiro obstáculo superado, cheguei ao trabalho um pouco atrasado, porcaria de xixi, lembrei.
Meu chefe com o sorriso de um dente ao outro, detalhe ele tem todos os dentes na boca, me engolia com o olhar e seu clássico bom dia foi substituído por um simples: “Saia mais cedo de casa rapazinho”.
Fazer o que, depois disso o sono já dava lugar ao medo, precisava trabalhar, contas e mais contas me esperavam na gaveta.
As horas longas do trabalho se extinguiam, mas meu dia estava longe de acabar, outra vez a pratica do contorcionismo seria explorada, salvo que a prova daquele dia seria muito complicada e nem sequer tive tempo de dar uma olhadinha no assunto pendente.
Tarde demais, o prédio da faculdade já se refletia em meu olhar preocupado. Foi quando encontrei você e cá estou lhe contando o que aconteceu no dia de hoje.
Será que foi útil a você? Ficou claro o motivo de minha felicidade?
Ela ainda sem entender o motivo me pediu que lhe retratasse em palavras simples e vagarosas porque sou feliz.
Atendendo seu pedido minha amiga o farei sem muitas delongas:
Felicidade pra mim é ter o privilégio de despertar entre poucos móveis, velhos até, mas debaixo de um teto, você sentiu como foi fria essa noite?
Felicidade é poder ir trabalhar todos os dias, poder dizer que tudo que conquistei em minha vida se fez através do meu suor.
Não necessitar de um bom dia, boa tarde, boa noite, fazer com que ele aconteça a minha maneira, nada pode estragar meu dia se eu não permitir.
Felicidade é saber que ao chegar à faculdade, encontrarei amigos de verdade como você, e que posso usar seu sorriso como recarga a meu corpo cansado do dia.
Felicidade é saber que voltarei pra casa com a vontade redobrada para iniciar minha jornada no dia seguinte.
Felicidade é saber que vou dormir 30 minutos menos do que poderia, pois ao chegar em casa meu cachorrinho terá feito xixi novamente, mas enquanto limpo a sua sujeira, ele estará sorrindo pra mim.
Espero que agora tenha ficado claro pra você o motivo de minha felicidade.
Dentre as diversas expressões que se desenhavam em sua face, consegui enxergar que meu trabalho estava feito, e mesmo depois de duas, três lagrimas rolarem, deu lugar novamente ao seu lindo rosto aquele sorriso.
Também pudera, enquanto em meus braços ela se recompunha cochichei em seu ouvido: “Puxa vida, esqueci que tinha prova, me dei mal de novo”.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Fragmento

Nem mesmo o calor insuportável da noite passada
Foi capaz de aquecer o gélido quarto usado
Para me aproximar de você todas as noites.
Por isso continuo soterrado no passado,
Que insiste tocar minha cama ao nascer da escuridão.

E assim, a incessante rotina noturna abaixo de zero,
Petrifica o Amor que lhe entreguei em meu coração

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Abismo

Já não sei se é certo o caminho que devo tomar,
Em meu rosto lágrimas não cessam em derramar.
Sinto o descontrole esvaindo meu bem-estar;
A confusão é tanta, que a razão meus gritos não consegue calar.

Por dentro surge um abismo que não consigo controlar.
Apenas me pergunto quando tudo isso vai acabar,
Quando minha cabeça vai parar de girar
E quando meus sonhos deixarão de escapar...

Encontro...

Nas letras nos conhecemos
Na poesia nos amamos
Vamos agora nos juntar
Mesclar nossas emoções
No papel rabiscado e amassado
Contemplamos o mesmo mundo
Interligados por um desejo profundo
A vida através da escrita.
Um poeta descarado e uma apaixonada poetisa
Uniremos através da palavra e do corpo
O teu suor com minha saliva
As minhas mãos com tua pele macia
Os teus beijos com meus devaneios
Tudo escrito em vermelho nos teus seios

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Ânsia de morte

Sinto minha alma desvanecer,
Agora claramente posso enxergar
O quanto sua falta pôde me abalar.

Sempre que vou deitar,
Sua voz insiste em me atormentar
E não me deixa esquecer...

De tudo o que eu podia ser,
Mas sua ausência me fez desistir
Do que antes me fazia sorrir;

E de tudo o que eu podia ter,
Todo o sentimento deixou de existir
Quando percebi que não estava mais aqui...

Você, você,
Sinto minha pele estremecer
E sei que é você, só você...

Me faz querer morrer!
Eu nunca me senti assim...
Não mais anseio por viver;
E toda a dor que havia em mim
Fez desaparecer...

Toda vez que eu olho pra você...
Me faz.
Querer.
Morrer.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

AS BORBOLETAS TAMBÉM SE AMAM



Depois de provarem o néctar de cada flor
Essas belíssimas criaturas brincam
Salivando por um novo sabor

No cio elas flutuam como nuvens
Entrelaçadas com cores encarnadas
Tocam-se meticulosamente em suas penugens

Macias como a seda, encobertas de pólen
O Sol a pino, excitado foca o seu olhar
E com raios ultravioleta as envolvem

Desprovidas de pudor, movidas por paixão
Pousadas em uma grande flor trocam beijos com fervor
Vivem seus sentimentos que vão da pele ao coração....

Consequências

Palavras podem descrever facilmente
O descontrole que sinto ao teu rosto recordar;
Só em fixar sua imagem em minha mente,
Penso em como poderia ser diferente, sem cessar.

Pode a palavra amor nos trazer e tirar a glória,
Fazendo desaparecer o mais puro sentimento que existe?
Quero apagar algumas lembranças da memória,
Mas meu coração simplesmente não permite.

Quando amar significa sofrimento, o medo é abrangente;
A confusão me dominava num momento inconsequente.  
Por confiar em meu instinto, novamente entreguei meu coração:

E como consequência dessa incompreendida ilusão,
Fruto de uma velha e reconhecida sensação...
Hoje me ponho a escrever, de mãos atadas à solidão.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Quando olhar

O olhar atravessa suas expectativas
E espalha pelas ruas as visões de como é
De cada momento que teve
De cada ambição que quer
Não há nada mais difícil do que ver
E sentir que continua sem saber
Sem ter como cumprir as promessas fúteis
Os pensamentos de querer seguir o ritmo da vida
Como não deveria ser